Margarida Manaia, Directora de Recursos Humanos do Pingo Doce
Quais foram as medidas tomadas no Pingo Doce devido ao surto da Covid-19?
A prioridade do Pingo Doce é a segurança e protecção das nossas pessoas, cumprindo a nossa missão de garantir o abastecimento de bens alimentares a milhares de famílias portuguesas.
Implementámos, por isso, diferentes medidas: para protecção e acompanhamento dos nossos colaboradores; para manter as equipas informadas e envolvidas; e para garantir o nosso serviço aos clientes.
Desde logo, assegurámos o cumprimento, em todos os locais de trabalho, de regras de prevenção recomendadas (nomeadamente a lavagem e higienização das mãos, colocação de acrílicos na frente loja, marcação no pavimento para garantir distâncias de segurança, medição de temperatura nas entradas de pessoas nos armazéns e cozinhas, e disponibilização de máscaras).
A nível de apoio médico, os nossos cerca de 30 mil colaboradores são acompanhados e esclarecidos pela equipa de saúde do Pingo Doce, constituída por médicos e enfermeiros. Sempre que esta equipa de saúde entende ser necessário, são realizados testes de diagnóstico do Covid19.
Na área da comunicação interna, criámos um email e linha telefónica dedicada a esclarecer todas as questões que os colaboradores possam ter sobre esta pandemia. Entendemos que a comunicação interna próxima, regular e transparente é fundamental no contexto actual, pelo que activámos e reforçámos diferentes canais.
Durante estas primeiras semanas da crise, colocámos equipas das lojas e armazéns de resguardo, em casa, para além dos grupos de risco, implementando um esquema de rotatividade entre as equipas.
Quanto aos colaboradores dos escritórios, passaram a trabalhar, na sua maioria, a partir de casa, em teletrabalho, fazendo uso de ferramentas colaborativas para desempenhar as suas funções.
Fora do contexto de RH, do ponto de vista do negócio, foram tomadas medidas para assegurar a cadeia de abastecimento e a entrega dos produtos nas lojas, com especial foco na salvaguarda da distribuição dos bens essenciais.
Estamos a viver um drama que a todos diz respeito e só com o empenho e determinação de cada um conseguimos cumprir a nossa missão.
O Pingo Doce mantém abertos os supermercados. Como está a ser garantida a segurança dos profissionais?
Todas as nossas lojas, excepto duas nas estações de comboio de Cascais e Massamá, e a loja que temos na Universidade Nova, em Carcavelos, estão abertas ao público e a funcionar na normalidade, cumprindo naturalmente os critérios de limitação de clientes na entrada das lojas.
Quanto à segurança, para além das medidas que mencionei na resposta anterior, a higienização das lojas foi também reforçada.
Como estão a dar resposta ao aumento da procura no online? Têm o número de pessoas necessárias nesta área?
As nossas entregas online são asseguradas pelo Mercadão, empresa com quem temos uma parceria. Este segmento tem tido um crescimento significativo e, por esse motivo, a empresa Mercadão tem reforçado a sua equipa.
Como DRH, como está a encarar toda esta situação na sua empresa e quais são as suas principais preocupações neste momento?
Para a maioria de nós, este momento é o nosso maior desafio profissional e pessoal. É uma guerra estranha, sem armas nem explosões, mas que poderá ter efeitos profundos na economia, na forma como trabalhamos e nas nossas casas. É um momento de preocupação pela segurança de todas as pessoas e das suas famílias, mas acima de tudo tem sido um tempo de uma gratidão e comoção profundas por ver como os momentos difíceis nos unem ainda mais e nos tornam uma equipa ainda mais forte. A disponibilidade e empenho de todos no Pingo Doce é sinal do sentido de serviço e missão que todos sentimos para com as famílias que contam connosco todos os dias.
Já sentem algum impacto no negócio?
Naturalmente que o contexto que vivemos – com a maioria das pessoas em casa, com as restrições impostas à entrada de clientes nas lojas, e com um elevado nível de incerteza nas vidas de muitas pessoas – teve impacto no negócio. Se no início da crise assistimos a um açambarcamento nos consumos, estamos agora a assistir a alguma contenção nas compras.
Têm conseguido manter as cadeias de abastecimento?
Sim, não tivemos, e não prevemos ter, disrupções na cadeia de abastecimento de todos os produtos essenciais.
Os colaboradores estão preocupados com o futuro? Os postos de trabalho até ao momento estão assegurados? Pensam avançar para lay-off ou outro tipo de decisão?
Penso que serão poucas as pessoas que não estejam preocupadas com a incerteza do futuro. Contudo, no Pingo Doce sabemos que as nossas pessoas estão em primeiro lugar e, por isso, neste momento não está em causa a redução das equipas.